As varizes são um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, indo muito além de uma preocupação estética. 

Elas representam alterações no sistema venoso, que podem levar a sintomas como dor, inchaço, sensação de peso nas pernas e, em casos mais graves, a complicações como úlceras venosas. 

Felizmente, contamos com  técnicas modernas para o tratamento, como o endolaser e a escleroterapia.

Neste artigo, vamos explorar o que são as varizes, os diferentes graus de evolução da condição e como essas duas técnicas podem ser aplicadas, considerando as particularidades de cada caso.

O que são as varizes?

As varizes são veias dilatadas, tortuosas e com funcionamento comprometido, que surgem devido a um acúmulo de sangue causado pela dificuldade das válvulas venosas em direcionar o fluxo corretamente para o coração. 

Elas podem variar em tamanho e gravidade, sendo classificadas em diferentes graus de evolução.

A classificação das varizes segue a escala CEAP, que divide a condição em seis estágios principais, dependendo do grau de comprometimento das veias e dos sintomas:

Telangiectasias e/ou veias reticulares (C1):

Neste estágio, há a presença de vasinhos menores que 1 mm (telangiectasias) ou veias reticulares com diâmetro entre 1 e 3 mm. 

Esses vasos são geralmente vistos como problemas estéticos, mas podem indicar início de alterações na circulação.

Veias varicosas (C2)


Varizes maiores, com diâmetro superior a 3 mm, já são visíveis e podem causar desconforto nas pernas.

Veias varicosas com edema (C3)

Além das varizes, ocorre inchaço (edema) devido à má circulação venosa.

Hiperpigmentação ou eczema (C4):

Alterações na pele tornam-se evidentes, sendo subdivididas em:

C4a: escurecimento da pele (hiperpigmentação) ou presença de eczema.

C4b: enrijecimento da pele (lipodermatoesclerose) ou áreas de atrofia branca.

Úlcera curada (C5):

Presença de úlceras venosas que já cicatrizaram.

Úlcera venosa ativa (C6):

Fase mais grave, caracterizada pela presença de úlceras abertas e ativas.

O que é a escleroterapia?

A escleroterapia é uma técnica que utiliza a injeção de substâncias específicas para tratar veias comprometidas, promovendo o fechamento desses vasos.

Essas substâncias são escolhidas de acordo com o calibre da veia e o quadro clínico do paciente.

Os tipos de veias tratadas com escleroterapia incluem:

• Telangiectasias (varicoses): veias menores que 2 mm, localizadas entre as camadas da pele, com aspecto avermelhado ou arroxeado.
• Microvarizes (reticulares): vasos com diâmetro entre 2 e 5 mm, que funcionam como “nutridores” de telangiectasias.
• Varizes tronculares: veias maiores que 5 mm, associadas a sintomas importantes e maior risco de complicações, como tromboflebite e trombose.

A escolha da substância e do tipo de escleroterapia é feita pelo médico, considerando as características de cada paciente.

O que é o endolaser?

O endolaser, ou laser endovenoso, é uma técnica moderna e minimamente invasiva usada para tratar varizes de maior calibre, principalmente em veias safenas e veias perfurantes.

O procedimento é minimamente invasivo e consiste em realizar uma punção guiada por ultrassom para introduzir uma fibra óptica diretamente na veia.

Após, aplicamos pulsos de energia do laser, que aquecem e promovem a oclusão total da veia, sem necessidade de remoção cirúrgica.

O endolaser combina tecnologia e eficácia, proporcionando não apenas a melhora funcional do sistema venoso, mas também um excelente resultado estético.

Em comparação com cirurgias abertas, traz uma série de vantagens, como a menor dor no pós-operatório e a recuperação mais rápida, já que não envolve cortes e gera menos impactos nos tecidos. 

Endolaser ou escleroterapia: qual técnica adotar?